Candidatos da terra. Por que não?
As eleições se avizinham. Estamos no início do prazo para a realização das convenções que definirão quem são os candidatos no pleito deste ano. A preço de hoje, salvo um surpresa de última hora, três nomes com base política em Cajazeiras serão candidatos à Assembleia Legislativa: Paula Francinete, Jeová Vieira Campos e Júnior Araújo. Além deles, Antônio Gobira surge como nome para a Câmara Federal e nas últimas horas surgiu a especulação de que o Partido dos Trabalhadores também lançará um nome oriundo de Cajazeiras para a deputação estadual.
Independente de nomes, partidos e coligações, Cajazeiras precisa começar a valorizar os nomes da sua própria cidade, sua própria região. Ou vocês acham que Campina Grande teria a força que tem hoje no cenário político local se não tivesse imposto a eleição de políticos da terra, em detrimento dos que vêm de fora? Só na Câmara Federal, Campina tem nomes como Aguinaldo Ribeiro, Damião Feliciano, Pedro Cunha Lima e Veneziano Vital do Rêgo, sem falar em Rômulo Gouveia, falecido recentemente. No frigir dos ovos, na hora de destinar emendas parlamentares ou solicitar recursos junto ao governo federal, vocês acham que parlamentares com origem em Campina Grande, ou João Pessoa, ou Santa Luzia ou Sousa ou qualquer outra cidade da Paraíba vão privilegiar seus municípios de origem ou a distante Cajazeiras?
A resposta parece óbvia e isso não é nem uma crítica aos parlamentares citados no parágrafo anterior, mas uma constatação que cada um, como uma lei natural da sobrevivência, puxa a brasa para sua sardinha. Na verdade, é apenas uma reflexão de que Cajazeiras precisa deixar de ser apêndice para os políticos de outros municípios e começar a valorizar suas próprias lideranças que, com suas falhas e acertos, não são piores do que os políticos de outras regiões. Talvez assim a cidade volte a se impor no cenário político e econômico, e não apenas no cenário cultural.