Sim, nós temos Copa
Está quase na hora de mais uma grande decisão para o Brasil e para o seu povo, que terá em suas mãos a missão de fazer as escolhas menos ruins, se é que isso será possível, no mês de outubro.
Voltando às urnas após tantos processos atribulados nos últimos anos, tantas denúncias de corrupção, tanta crise econômica, tanta falta de moral da classe política, tantos tantos, o brasileiro se verá, mais uma vez, com a chance de ser senhor do seu presente e do seu futuro, já que seu passado nunca foi lá essas coisas.
Para a Presidência da República, passando pelos Governos Estaduais, Senado, Câmara Federal e Assembleias Legislativas, as escolhas terão que ser pesadas e medidas, avaliadas sem paixões ou interesses meramente pessoais, porque poderão significar a redenção ou derrocada desse gigante chamado Brasil, levando todos a reboque.
O caos que se instalou no mês de maio em todo o país, quando uma única categoria de trabalhadores resolveu parar, já deu a dimensão do que poderá acontecer se não houver uma mudança drástica nos comportamentos dos administradores, legisladores e dos integrantes do judiciário, sobretudo das altas cortes, que concentram em poucas mãos as canetadas mais poderosas do Brasil.
Além de servir para aprendermos que existe “locaute”, mais uma palavrinha aportuguesada do inglês e repetida maciçamente por ministros e jornalistas, a greve dos caminhoneiros serviu para mostrar o poder de mobilização que partiu de uma classe que, até então, parecia ser invisível a todo o restante, não obstante sabermos que nossos transportes de tudo – pessoas, cargas, etc – são feitos principalmente pela imensa e sofrida malha rodoviária do país.
E a corrida aos postos de combustíveis, desconstruindo a intenção primeira da paralisação dos caminhoneiros, que era gritar contra o alto custo para abastecer qualquer veículo, não só com diesel, mas com gasolina e etanol? Talvez tenha servido para mostrar que o brasileiro, de uma forma geral, parece não estar muito incomodado com a falência econômica, moral e social para a qual caminhamos a passos largos. Primeiro, o meu; depois, o teu. Pra variar.
Todos fomos aos postos, pagamos mais caro pelo combustível, contanto que não tivéssemos nossas rotinas atrapalhadas. Só reclamamos mesmo quando o gás do fogão secou e gritamos que estava muito caro, quando tínhamos a sorte de encontrar. Isso me faz lembrar as mobilizações pelos “20 centavos” de anos atrás.
Isso me faz lembrar que esse artigo era pra ser sobre a Copa do Mundo de Futebol. Mas também tem a ver. Acho.