OMS inclui obsessão por videogames como um dos problemas de saúde mental
A Organização Mundial de Saúde (OMS) incluiu nesta segunda-feira (18) a obsessão por videogames como um dos problemas de saúde mental que constam na 11ª Classificação Internacional de Doenças (CID).
A medida já havia sido anunciada em janeiro, mas faltava a publicação.
A última revisão do manual de classificação de doenças da OMS descreve a compulsão por jogos eletrônicos como um “padrão de comportamento persistente ou recorrente” podendo se tornar tão intenso que “toma a preferência sobre outros interesses da vida”.
A OMS alerta que a classificação de “gaming disorders” poderão ajudar os governos, pais e autoridades de saúde a identificar os riscos. A agência de saúde da ONU afirma, porém, que esses casos são muito raros, atingindo menos de 3% dos gamers.
Em alguns países a condição já era considerada um problema. Muitos, incluindo o Reino Unido, têm clínicas autorizadas a tratar o distúrbio.
Segundo Shekhar Saxena, diretor do departamento de doenças mentais e abusos de substâncias da OMS, a nova classificação se baseia em evidência científica, alertando para a “necessidade e demanda de tratamento em muitas partes do mundo”, de acordo com entrevista à agencia DW.
Mark Griffiths, pesquisador da Universidade Nottingham Trent, que estuda há 30 anos a obsessão por vídeo games, acredita que a nova classificação deva ajudar a legitimar o problema e reforçar as estratégias de tratamento.
Na opinião de Mark Griffiths, a porcentagem de gamers com problema de compulsão seria de menos de 1%.
O manual Classificação Internacional de Doenças (ICD, na sigla em inglês), que vem sendo atualizado nos últimos dez anos, inclui 55 mil doenças, lesões e causas de morte. A publicação serve de plataforma para a OMS e outros especialistas registrarem e reagirem a tendências na saúde.