Mais de 45% dos pequenos empresários têm parentes como sócios
Escolher familiares para ajudar a tornar realidade o desejo de abrir o próprio negócio ou, por necessidade, contar com a ajuda de parentes para ingressar no mundo do empreendedorismo. Essas são duas situações muito comuns no mercado brasileiro, especialmente no universo dos pequenos negócios. É o que indica uma pesquisa promovida pelo Sebrae em todo o Brasil, que entrevistou cerca de 5,8 mil micro e pequenos empreendedores.
Desse total, segundo o levantamento, 48,7% dos empresários participantes disseram que possuem familiares como sócios, colaboradores ou atuando das duas formas dentro de suas empresas. Nesse universo, 21,6% afirmaram que têm parentes apenas como sócios, 16,6% contam com familiares seus ou de seus sócios trabalhando apenas como colaboradores, com ou sem carteira assinada, enquanto 10,5% possuem membros da família atuando nas duas situações dentro da empresa.
Ainda no universo de empreendedores que contam com familiares em seus negócios, 11,2% admitiram enfrentar alguma dificuldade relacionada aos parentes dentro da empresa.
As três razões mais citadas pelos entrevistados foram a percepção de um certo desinteresse dos familiares pelo negócio (39,8%), o fato de os parentes acharem que devem ter um tratamento privilegiado dentro da empresa (26,2%) e a ausência de perfil dos mesmos para a função que ocupam (15,3%).
Prevenção
Para prevenir situações deste tipo e evitar que vínculos pessoais interfiram na rotina e na gestão de um negócio, a principal recomendação aos empreendedores, embora pareça simples e antiga, continua sendo a de não misturar relações e questões pessoais e de trabalho.
Conforme a analista do Sebrae Paraíba, Germana Espínola, o estabelecimento prévio de algumas regras pode ajudar a afastar possíveis problemas e conflitos entre familiares. “Para que se faça uma boa gestão é importante definir algumas funções, atribuições e regras para cada um desde o início da atividade, ou seja, estabelecer qual será a responsabilidade de cada membro, bem como seus salários, férias e dias para descanso”, pontuou.
Ainda segundo Germana, assim como em qualquer negócio, empresas que contam com a atuação de membros da família, independentemente de qual seja essa participação ou de seu porte, devem sempre estar atentas ao mercado e suas exigências.
“O planejamento de metas, os prazos e os acompanhamentos financeiros são imprescindíveis, assim como estipular reuniões periódicas com toda a equipe. Além disso, também se deve sempre buscar novas informações, capacitações e estar sempre inovando e criando novos produtos e serviços”, acrescentou.
Portal Correio