Vamos falar sobre o Dia Internacional da Mulher?
Com pompa e circunstância, alardeamos a todos e a todas que fazemos do 8 de março especial, por termos convencionado como o Dia Internacional da Mulher. Que bom que seja assim. Façamos festa, porque as mulheres merecem isso e muito mais, mas que não seja só num único dia do ano.
Como todos já sabem a origem da data dedicada às lutas das mulheres, vamos dar outros focos à discussão.
Diferentemente de outras datas comemorativas, muitas meramente comerciais, o Dia Internacional da Mulher há de ser visto de outra forma, porque moldado pelas batalhas diárias da mulher pelos seus direitos mais básicos de respeito como ser humano e ser social.
Recentemente, o Brasil adotou a Lei do Feminicídio. Que sociedade civilizada precisa criar uma lei específica para dizer ao homem que, se ele matar sua companheira, a pena será mais dura por se tratar, agora, de crime hediondo?
Antes, já tínhamos a Lei Maria da Penha, para dizer a esse mesmo homem que ele não poderia agredir física ou moralmente, a mulher, senão seria punido ou, na maioria dos casos, simplesmente impedido de se aproximar tantos metros dela, com a tal “medida protetiva”. Como assim? Quem garantiu isso nos casos em que a mulher foi assassinada? E não foram ou são poucos os casos registrados diariamente no país.
Matéria da Agência Brasil do início de fevereiro de 2019 diz que “a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) manifestou, por meio de nota publicada hoje (4), preocupação quanto à elevada incidência de assassinatos de mulheres no Brasil no início deste ano. Segundo a comissão, 126 mulheres foram mortas em razão de seu gênero no país desde o início do ano, além do registro de 67 tentativas de homicídio”.
Outros estudos mostram que o país tem uma média de 12 mulheres mortas por dia. E não faltam casos e mais casos de violência física e moral, abuso sexual, importunação, segregação, assédio, entre outros.
“Sete mulheres são mortas na Paraíba em menos de dois meses”, diz uma manchete do início de março no nosso estado, no que seria o “mês das mulheres”. Isso assusta, porque são esposas, mães, filhas, que são tiradas dos seus familiares sem qualquer piedade por parte do assassino.
Precisamos, mesmo, falar mais sobre o Dia Internacional da Mulher e o que significa para todos e todas. Vamos falar em casa, nas escolas, nas igrejas, nas associações. Podemos evitar que muitas mulheres sejam mortas em nome de um amor que nunca o foi.