Evento em Sousa aborda a literatura de mulheres negras e mulheres latinas
O Centro Cultural Banco do Nordeste, em Sousa, Sertão da Paraíba, realiza entre os dias 26 e 29 deste mês mais uma edição do Abril para a Leitura. O evento movimenta a cena cultural no sertão paraibano, com performances poéticas, saraus, recitais e debates com enfoque para a literatura. A produção do evento é de Rafael Formiga.
O Abril pra Leitura é uma das atividades especiais promovidas pelo Centro Cultural Banco do Nordeste Sousa, que ocorre no mês de abril. O evento consiste em palestras, debates, saraus, recitais, performances e shows. Neste ano de 2022, a temática abordada será voltada para a Literatura de Mulheres Negras e Mulheres Latinas Americanas, como: Carolina Maria de Jesus, Conceição Evaristo, Mirian Alves, Petrolina Pordeus, bell hooks, Maria Bonita, Bell Puã etc. Mas também haverá debates sobre Racismo, Educação Antirracista, Feminismo no Sertão e sobre a situação de Mulheres Encarceradas na Paraíba. O evento se encerrará com o recital da artista pernambucana Bell Puã e do show da artista paraibana Luana Flores.
No dia 26, às 14 horas, no Teatro do CCBNB, Francy Silva apresenta o “Quem tem medo da palavra?”, sobre as narrativas de três grandes escritoras da literatura brasileira: Carolina Maria de Jesus, Conceição Evaristo e Miriam Alves. Nessa conversa, serão apresentadas as principais obras e temáticas que atravessam os escritos dessas três escritoras. Escritos esses que refletem sobre a realidade daquelas e daqueles que vivem à margem da sociedade brasileira. Francy Silva é Professora Adjunta do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas (DLCV), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Doutora em Letras – Literaturas de Língua Portuguesa- pela PUC Minas. Às 19 horas, Francy Silva volta à cena para a performance “Gritar o silêncio, entoar o grito”, a partir de textos das autoras Carolina Maria de Jesus, Conceição Evaristo, Miriam Alves, Elisa Lucinda, Cristiane Sobral, Jenyffer Nascimento, Luz Ribeiro e Aline Cardoso.
No dia 28, às 14 horas, a pedagoga Andréa Furtado apresentará ao púbico uma das maiores percursoras da literatura feminina mundial, a escritora Bell Hooks, momento em que será apresentado alguns das suas reflexões sobre educação, amor, feminismo negro ou fazendo crítica cultural. Andréa Furtado é Licenciada em Pedagogia, Bacharela em Filosofia e Mestra em Filosofia. Também é membra da Frente de Mulheres do Cariri cearense e do NECAGE (Núcleo de estudos comparados em ancestralidade, gênero e gerações).
No mesmo dia, às 18h30, Summy Soares partirá de suas reflexões e vivências que se materializaram em sua tese de Doutorado, denominada: “Feminismo no Sertão: as particularidades da Frente de Mulheres no Cariri cearense”, pesquisa esta que expõe a experiência particular de mulheres que estão longe dos grandes centros urbanos e convivem com relações sociais de gênero, raça/etnia e classe, atravessadas pela regionalidade interna ao país e que impõe às mulheres, de forma individual e coletiva, a constante fabricação de resistências, enfrentamentos e estratégias de sobrevivência. Suamy Soares é potiguar da cidade de Mossoró-RN; Professora do Curso de Serviço Social da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN); Graduada em Serviço Social pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (2006); Mestra e Doutora em Serviço Social no Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de Pernambuco; Ativista feminista e coordenadora do Núcleo de Estudos sobre a Mulher – Simone de Beauvoir. Em seguida, haverá o Sarau Feminino Sertão, com Alhandra Campos, Hortência Fernandes, Veruza Guedes e Vitória Sanz.
Na sexta-feira, a partir das 14 horas, “Da poesia ao RApente”, de Isabella Puente de Andrade, com Bell Puã. Nessa conversa a escritora recifense Bell Puã trará versos que reúnem afetos e desejos do coração. A aprendizagem não abusiva com os relacionamentos amorosos suleia os suspiros da autora, que dessa vez preferiu flutuar ao invés de carregar os pesos cotidianos.
Bell Puã é Isabella Puente de Andrade, historiadora e poeta, nascida entre o mangue e o sol do Recife. Vencedora do Campeonato Nacional de Poesia Falada – SLAM BR 2017, representante do Brasil na Poetry Slam World Cup 2018, em Paris, e convidada da FLIP 2018. Em seguida, Bell fará recital para o público.
O encerramento será com show de Luana Floresbeatmaker, dj, percussionista, cantora e compositora e vem se destacando na cena musical por desenvolver um trabalho apresentando temáticas como gênero, sexualidade e território. A paraibana é uma das fundadoras do grupo Coco das Manas (coco feminista paraibano), que nasceu em 2016, e que serviu de pontapé em sua pesquisa sobre a fusão entre o eletrônico e os ritmos da cultura popular nordestina.