Salvem as nossas mulheres – Por Lenilson Oliveira
A onda de violência contra as mulheres paraibanas tem recrudescido nos últimos dias, de acordo com relatos quase diários dos órgãos de imprensa de todo o estado. Chama atenção também o grande número de feminicídios registrados nesse meio tempo, causando revolta da população e cobrança de atitudes mais enérgicas por parte dos órgãos de Segurança Pública e de Justiça.
Essa violência estrutural, até cultural, contra as mulheres não é privilégio dos dias de hoje. Se arrasta desde que o mundo é mundo, alimentada pela visão machista incutida no subconsciente de boa parte dos homens, que se acham “senhores” e “donos” de suas companheiras (ou ex).
A Lei Maria da Penha foi, e é, um grande ganho nessa luta pelas vidas das mulheres vítimas de violência, mas ainda é tudo muito distante da realidade. Tudo muito subjetivo.
O que impede a mulher com uma medida protetiva nas mãos de ser atacada por seu perseguidor?
Como vai proceder uma mulher quando sai de uma casa de acolhimento, por exemplo? Para onde vai? Vai voltar para o convívio anterior, para o mesmo ambiente em que vive o agressor? Quem vai garantir a sua integridade?
São muitas as questões que precisam ser respondidas, as soluções que precisam ser achadas pelas autoridades, as atitudes que precisam ser tomadas pelas próprias vítimas.
Uma coisa é certa: as mulheres não podem continuar sendo presas fáceis para os seus predadores, violentadores, vilipendiadores de suas honras e algozes de suas vidas.
Precisamos salvar as nossas mulheres. Meter a colher em briga de marido e mulher. A violência doméstica não pode ser naturalizada.
Os assassinatos de mulheres não podem ensanguentar nossas páginas diárias como um lugar-comum.