Segundo dia do FliParaíba tem escritores renomados, lançamentos de livros e vernissage
O segundo dia de programação do 1º Festival Literário Internacional da Paraíba, realizado no Centro Cultural São Francisco, em João Pessoa, contou com a presença de escritores renomados em mesas temáticas que discutiram identidade, pluralidade, diversidade, soberania, e a literatura da construção da nova cidadania. Também teve início o lançamento de mais de 60 obras no espaço da Feira do Livro, assim como vernissage da exposição “O rosto de Camões, 10 ideias para um futuro decolonizado”. Recital do poeta popular paraibano Jessier Quirino fechou a programação. O evento tem participação da Arribaçã, de Cajazeiras, com estande e lançamentos de livros.
A manhã teve início com apresentação do Programa de Inclusão Através da Música e das Artes (Prima). Na sequência, mesas temáticas compuseram a programação ao longo do dia. O escritor e professor paraibano Milton Marques Junior participou da primeira mesa, “Identidade e reconhecimento – Camões, o estrangeiro”.
Maria Valéria Rezende, escritora radicada na paraibana, participou da mesa “Pluralidade e diversidade – educação como pilar do futuro descolonizado. Em sua fala, Rezende recapitulou sua vida, marcada por viagens como educadora: “Eu dei a volta ao mundo quatro vezes sem nunca pagar passagem”.
O escritor angolano José Eduardo Agualusa participou da mesa “Soberania e autodeterminação – a literatura na construção da nova cidadania”, e comentou sobre a importância de o Estado apoiar a literatura: “em países como os nossos, Angola e Brasil, onde a maior parte da população tem dificuldades de acesso ao livro, eu creio que o Estado deveria ser mais ativo no apoio, não só às editoras, às livrarias, a criação de redes de bibliotecas públicas, e mesmo subvencionar certos livros de modo que eles possam chegar a um preço mais acessível a maioria da população. Eventos como o FliParaíba são superimportantes para criar novos leitores e ajudar os leitores a descobrir novos autores”.
Vernissage exposição – Foi aberta no Festival a exposição “O Rosto Camões: dez ideias para um futuro descolonizado”, de autoria do artista visual português João Francisco Vilhena. Ao todo, são 10 grandes painéis, todos com retratos de pessoas reproduzindo aquela que é a imagem mais famosa do poeta português Luís de Camões, cujo nascimento completa 500 anos em 2024. A saber, a imagem mais famosa do poeta lusitano é uma pintura produzida pelo espanhol Fernão Gomes e que acabou ficando para a posteridade.
Show Jessier – No encerramento da noite, o poeta popular de Itabaiana-PB Jessier Quirino fez recital no palco do adro. Arquiteto por profissão, poeta por vocação e matuto por convicção, é assim que se define o poeta, que assevera sua predileção artística dizendo-se ser um “prestador de atenção das coisas do mato”. Paraibano de Campina Grande (e filho adotivo de Itabaiana, onde reside desde 1983), Jessier Quirino é, hoje, um dos nomes reconhecidos no meio artístico nacional e mais um digno representante da cultura popular nordestina. Tem mais de 10 livros publicados.