Mesmo com juros em alta, empresas e famílias estão fazendo mais empréstimos

Apesar das recentes altas da taxa básica de juros, empresas e famílias brasileiras estão fazendo mais empréstimos.

A pequena fábrica de impressões poderia crescer mais depressa. Os novos pedidos ainda esperam o tempo da tinta secar. Sobram clientes e faltam máquinas.

“Para poder atender maiores quantidades, ter uma maior produção, aumentar nossa produtividade e uma melhor qualidade. Então a gente tem a necessidade de pegar empréstimos para poder investir em maquinário, investir em estrutura em si da própria empresa”, comenta Diego Saraiva, empresário e dono da FS Stamping.

Dados do Banco Central mostram que o estoque de crédito concedido a empresas e famílias cresceu mais de 10,7% em um ano. Passou de R$ 5,7 para R$ 6,3 trilhões.

Investimento sempre acelera a produtividade das empresas. É por isso que a alta do crédito no ano passado explica em parte o crescimento da economia do país. Para as empresas, crédito é uma ferramenta essencial para garantir os pagamentos e se preparar para expandir no futuro.

Contratar empréstimos nunca é uma decisão fácil, ainda mais num cenário de alta de juros e disso pode depender o rumo da economia.

Na presidência da Federação Brasileira dos Bancos, Isaac Sidney espera uma redução no ritmo de concessão do crédito.

“As condições macroeconômicas e financeiras pioraram um pouco, nós vamos começar 2025 com juros mais altos, com inflação mais pressionada, com dólar mais forte, com também uma capacidade de comprometimento de renda das famílias um pouco pior em razão da inflação maior e dos juros mais altos”, comenta Isaac Sidney.

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