Estaria o Brasil se tornando um pária internacional? – Por Alexandre Costa

Os recentes episódios de negativa repercussão mundial em que o Brasil esteve envolvido despertou na comunidade internacional o questionamento se vivemos mesmo num Estado Democrático de Direito. O que era visto como uma suspeita tornou-se escancarado para o mundo com o asilo diplomático concedido pelo Brasil à ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, condenada naquele país a 15 anos de prisão por crimes de corrupção e a esdrúxula retaliação do STF à Espanha, que por não ter concedido extradição a um blogueiro ativista de direita, mandou soltar um traficante internacional de drogas.

A primeira reação do governo peruano e ativistas contra a corrupção veio estampada em letras garrafais na capa do maior Jornal peruano trome, diário de língua espanhola mais vendido no mundo, com uma contundente manchete que condenava o governo brasileiro em dar asilo, com direito a traslado grátis nas asas da FAB, a uma criminosa comum fugitiva da justiça peruana: os corruptos se protegem. No corpo da matéria, o jornal peruano acusa indiretamente o presidente brasileiro de ser corrupto e proteger condenados por corrupção.

Afinal, o que estaria por trás do pronto e rápido apoio do governo brasileiro em oferecer asilo a Nadine?   Esta resposta está no rumoroso caso de corrupção apurado pela justiça peruana que investigou, julgou e condenou a 15 anos de prisão o ex-presidente Ollanta Humala e sua esposa Nadine Heredia por corrupção, uso de laranjas, movimentações financeiras atípicas e lavagem de dinheiro devido a recursos ilícitos recebidos da Venezuela e da construtora brasileira ODEBRECHT para bancar as eleições presidenciais de Humala em 2006 e 2016.

Aqui no Brasil, nada mais do corriqueiro o fato de políticos corruptos desviarem dinheiro publico para se locupletarem, o agravante reside em delações premiadas da operação lava jato do ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht e do ex-ministro Antônio Palloci, apensado ao processo judicial peruano acusando o presidente Lula de intermediar estes pedidos de doações.

Este fato que deixou de cabelos em pé os julgadores e os condenados envolvidos na sepultada operação lava-jato que teve todos esses processos de corrupção anulados pelo STF, provocou uma forte reação da Transparência Internacional (TI), uma ONG mundial de combate à corrupção, que acusou o governo brasileiro que depois “exportar de corrupção agora exporta impunidade”.

A dura manifestação da TI procede e veio expresso no recém-divulgado Índice de Percepção da Corrupção (IPC), desta mesma ONG, onde aponta que figuramos em 2024, na 107ª posição entre 180 países, a nossa pior colocação do país na série histórica do índice, iniciada em 2012.

Em meio a esta afronta do governo federal em dar asilo diplomático a criminosos comuns o hipertrofiado poder judiciário brasileiro ganha destaque na mídia mundial por meio de vários artigos da revista britânica, The Economist que denuncia de poderes excessivos do STF nas mãos de um único ministro, o Alexandre de Moraes, conhecido mundialmente por cometer abusos jurídicos que vão desde usurpação de outros poderes da República, suspenção de plataformas digitais, intimar embaixador estrangeiro e mandar soltar traficante internacional de drogas.

Um escárnio, que agora é denunciado massivamente no exterior enquanto a sociedade brasileira assiste passivamente o país se tornar um pária internacional.

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