Novas vagas na Câmara aumentarão o número de deputados estaduais; veja bancadas que mudam

O projeto de lei complementar aprovado pela Câmara, na noite dessa terça-feira (6), não amplia apenas o número de deputados federais de 513 para 531 a partir de 2027. A proposta, que segue para o Senado, também cria, por efeito cascata, outras 30 vagas de deputados estaduais em nove unidades federativas.

A Constituição determina que o número de deputados estaduais seja proporcional à bancada de cada estado na Câmara dos Deputados três vezes o número de federais, até o limite de 36, com acréscimos a partir do 13º deputado federal. Assim, sempre que a bancada federal de um estado aumenta, sua assembleia legislativa também ganha cadeiras. Pela estimativa feita pelo relator, deputado Damião Feliciano (União-PB), as assembleias que mais ganharão deputados estaduais são as do Amazonas, de Mato Grosso e do Rio Grande do Norte, que terão mais seis integrantes cada.

Veja as bancadas que mudam:

AMAZONAS

de 8 para 10 deputados federais (+2)

de 24 para 30 deputados estaduais (+6)

CEARÁ

de 22 para 23 federais (+1)

de 46 para 47 estaduais (+1)

GOIÁS

de 17 para 18 federais (+1)

de 41 para 42 estaduais (+1)

MATO GROSSO

de 8 para 10 federais (+2)

de 24 para 30 estaduais (+6)

MINAS GERAIS

de 53 para 54 federais (+1)

de 77 para 78 estaduais (+1)

PARÁ

de 17 para 21 federais (+4)

de 41 para 45 estaduais (+4)

PARANÁ

de 30 para 31 federais (+1)

de 54 para 55 estaduais (+1)

RIO GRANDE DO NORTE

de 8 para 10 federais (+2)

de 24 para 30 estaduais (+6)

SANTA CATARINA

de 16 para 20 federais (+4)

de 40 para 44 estaduais (+4)

Total

CÂMARA

de 513 para 531 federais (+18)

ASSEMBLEIAS

de 1.059 para 1.089 estaduais (+30)

Fonte: relatório elaborado pelo deputado Damião Feliciano

Custo extra de R$ 64,8 milhões

Segundo a Diretoria-Geral da Câmara, o impacto orçamentário será de R$ 64,8 milhões anuais a partir de 2027, sem contar os valores adicionais das emendas parlamentares a que os novos deputados passarão a ter direito. O acréscimo de parlamentares também pressionará os orçamentos das assembleias estaduais.

A mudança ocorre após o Supremo Tribunal Federal (STF) determinar, em 2023, que o Congresso atualizasse a distribuição de cadeiras conforme o novo Censo. Em princípio, com base nessa determinação, sete estados perderiam representantes na Câmara e, por tabela, nas assembleias legislativas: Rio de Janeiro, Paraíba, Bahia, Piauí, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Alagoas.

A Câmara, no entanto, resolveu preservar essas vagas e aumentar o número de deputados federais. O relator da proposta, Damião Feliciano, argumentou que a simples redistribuição prevista anteriormente prejudicaria estados do Nordeste e causaria desequilíbrios federativos. Assim, propôs uma ampliação geral do número de parlamentares, sem retirar vagas de nenhum estado.

O texto aprovado estabelece que nenhuma outra alteração nas bancadas será feita até a realização de novo censo demográfico, o que deve ocorrer em 2030 ou 2032. Estimativas ou dados amostrais não poderão ser usados como base para nova redistribuição. Partidos e estados, no entanto, poderão contestar os números oficiais junto ao Tribunal de Contas da União.

Além de ajustar a representação ao crescimento populacional, a proposta fortalece politicamente regiões como o Norte e o Centro-Oeste, que ganharam mais espaço na Câmara.

Com a ampliação de 18 cadeiras, a nova composição da Câmara dos Deputados será a seguinte:

Norte: de 65 para 71 deputados (+6)

Sul: de 77 para 82 deputados (+5)

Centro-Oeste: de 41 para 44 deputados (+3)

Nordeste: de 151 para 154 deputados (+3)

Sudeste: de 179 para 180 deputados (+1)

Com informações do Congresso em Foco

Na foto, a Assembleia do Rio Grande do Norte, que deve ganhar mais seis deputados estaduais

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