Catolicismo reage para tentar frear a fuga de fiéis no Brasil; veja quais movimentos têm sido feitos neste sentido
O catolicismo segue como a religião mais popular entre os brasileiros, segundo dados divulgados pelo IBGE no último dia 6. O percentual de 56,6%, entretanto, é o menor desde a primeira pesquisa sobre o tema realizada no Brasil, em 1872 — à época, o índice era de 99,7%.
Em entrevista ao podcast O Assunto da segunda-feira (9), Ana Carolina Evangelista, cientista política e diretora-executiva do Iser, o Instituto de Estudos da Religião, explicou que o campo católico vem perdendo a hegemonia no Brasil desde os anos 1950, de forma mais acentuada a partir dos anos 1980.
Mas que a instituição, entretanto, tem feito movimentos no país para tentar diminuir esse movimento de queda.
“A gente está falando de uma perda de hegemonia há muitas décadas. E o campo católico, institucionalmente falando e a partir dos católicos, reage. A igreja católica vem tomando medidas no Brasil para frear essa desaceleração e tentar perder menos fiéis para outras religiosidades.”
Ana Carolina observa alguns movimentos do catolicismo:
– Tentativa de modernizar sua linguagem;
– Adoção de novas formas de comunicação e contato com os fieis;
– Incentivo nas Jornadas da Juventude;
– Incentivo à lideranças católicas jovens e influenciadoras nas redes sociais.
“O papa Francisco, na última década, teve um papel muito importante nesse movimento, com a presença dele mais internacional, o carisma. A visita ao Brasil foi emblemática.”
Francisco, que morreu em abril, visitou o Brasil em 2013, logo após assumir o cargo de líder máximo da igreja católica. Antes de participar da Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, ele foi de helicóptero até a cidade de Aparecida, em São Paulo. Na Basílica, o maior templo católico do país, celebrou sua primeira missa pública na América Latina.
“Então a gente tem uma queda, mas esse campo também reage.”
Com informações do G1