Afinal, o que pensam os pré-candidatos ao governo? – Por Linaldo Guedes
Sem querer querendo, o deputado Adriano Galdino, presidente da Assembleia Legislativa, levantou uma lebre interessante. Falo da sua tese de que é o único pré-candidato ao governo do estado para 2026 a se assumir como “lulista”, sendo os outros, no entendimento do parlamentar, bolsonaristas, declarados ou não.
Bazófia ou não de Galdino, é interessante saber o alinhamento político e ideológico de nossos pré-candidatos e também suas opiniões sobre temas diversos que suscitam debates no Brasil de hoje. Temas relativos à economia, saúde, educação, respeito às chamadas minorias, sobre pautas identitárias, cultura, esporte, segurança, etc.
No mais das vezes vemos os políticos se anunciando candidatos, mas sem abrirem a boca sobre temas cruciais para a população paraibana. A preço de hoje, temos como pré-candidatos, assumidos ou não, o próprio Adriano Galdino, Cícero Lucena, Lucas Ribeiro, Pedro Cunha Lima, Efraim Morais, Marcelo Queiroga, entre outros. O que eles pensam sobre esses temas elencados no parágrafo anterior? Ninguém sabe, ninguém ouviu.
A questão não é ser lulista ou bolsonarista. É saber de lado que lado eles estão em relação aos interesses do povo. Já vi Pedro Cunha Lima, por exemplo, jurando de pé junto que não é bolsonarista. Mas quando fala sobre temas polêmicos sempre se alinha ao que pensa o bolsonarismo. O mesmo vale para Hugo Motta e outros.
Alguém pode argumentar que eles terão a campanha para exporem suas ideias, caso sejam confirmados candidatos. De fato! Mas por que não antecipar já na pré-campanha seus pensamentos e ideias para o estado? Afinal, mais do que candidatos de um partido político, eles precisarão ser candidatos do povo, do eleitor, que é quem decide tudo nas urnas.
Sair de cima do muro assusta a maioria deles, porque no fundo querem os votos de lulistas e bolsonaristas, da esquerda e da direita, mas sabemos que água e óleo não se misturam. Por achar que isso seria possível é que o presidente Luís Inácio Lula da Silva está encalacrado com um ministério conservador e avesso às mudanças que a sociedade quer e merece.
Aliás, o que aconteceu esta semana no Congresso, com a derrubada do IOF, é uma prova de que a população brasileira continua comprando gato por lebre, quando o assunto é eleições. Temos hoje uma das piores bancadas de parlamentares do Congresso Nacional em toda a sua história. E isso acontece porque os excelentíssimos senhores parlamentares não são provocados, durante a campanha, a se posicionarem sobre temas de interesse da população. A imprensa, inclusive, também tem culpa nisso ao procurar publicar apenas as especulações políticas, sem perguntar aos políticos o que eles de fato querem fazer pelo povo quando estiverem no poder. Ainda dá tempo de nossos pré-candidatos ao governo abrirem a boca e dizerem o que pensam.