Sete novos acadêmicos reforçam tradição literária da região de Sousa em noite de posse na ASL

No último sábado, 2 de agosto de 2025, a Academia Sousense de Letras (ASL) abriu suas portas para receber sete novos membros em uma cerimônia carregada de simbolismo e pertencimento. O Centro Cultural Professora Dodora foi o palco da solenidade.

A composição da mesa reuniu representantes de instituições culturais e políticas, entre eles o presidente da ASL, Sérgio Silveira, que abriu a cerimônia com um discurso marcado pelo compromisso com o território sertanejo:

“Queremos fortalecer e difundir a literatura lançada aqui mesmo, em pleno Sertão paraibano. O nosso chão tem produção e história desde os tempos da Letras do Sertão — e hoje essa tradição da região de Sousa ganha novas páginas e novo vigor com os que agora se somam a esta casa da palavra, da memória e da criação.”

Ao lado de Sérgio Silveira estavam Laercio Ferreira, representando a Fundação Municipal de Cultura de Sousa; Márcia Braga, secretária de Cultura de São Francisco; Dr. Newton Figueiredo, presidente da UBE/Sousa; e o secretário estadual de Esporte e Juventude, o ex-deputado Lindolfo Pires.

Os novos acadêmicos — Thiago Benevenuto, Raudilene Silveira, Edilberto Abrantes, José Gualberto da Silva (Beto Silva), Jackson Queiroga, Dalvânia Pereira e Geraldo Bernardo — fizeram o juramento acadêmico e comoveram o público com discursos de posse que uniram gratidão e celebração, relembrando a vida e a obra dos seus patronos e patronesses.

Cadeira 12
Acadêmico: Jackson Queiroga
Patrono: Sinfrônio Nazaré

Cadeira 24
Acadêmico: Edilberto Abrantes
Patrono: Orlando Tejo

Cadeira 29
Acadêmica: Raudilene Silveira
Patrono: Wills Leal

Cadeira 33
Acadêmica: Dalvânia Pereira
Patronesse: Maria das Dores Limeira

Cadeira 36
Acadêmico: Thiago Benevenuto
Patrono: Virgílio Pinto de Aragão

Cadeira 37
Acadêmico: Geraldo Bernardo
Patrono: Manoel Ferreira Damião

Cadeira 38
Acadêmico: José Gualberto da Silva (Beto Silva)
Patronesse: Noemi Pordeus Gadelha

A noite também foi de música e cinema

O agora acadêmico Edilberto Abrantes subiu ao palco e ofereceu um repertório de canções cujas letras são verdadeiros poemas musicados, para o deleite do público. Foi o instante em que a literatura encontrou seu eco sonoro, e a palavra se fez canto na voz do compositor de Acqualoca.

Mas a celebração não parou aí. Como parte da programação, foi lançado o documentário “Vilanova: Versos de Insurreição”, dirigido por Sérgio Silveira, em homenagem ao grande poeta Ivanildo Vilanova, conhecido nacionalmente por clássicos como os versos: “Imagine o Brasil ser dividido e o Nordeste ficar independente.” O filme conta com participações de nomes como os cantores Elba Ramalho e Xangai, o escritor Bráulio Tavares e os colegas repentistas Santinha e Rogério Menezes, numa costura de memória e identidade nordestina marcada pela sensibilidade audiovisual.

Um gesto coletivo de afirmação cultural

Sob a condução brilhante do acadêmico, poeta e escritor Isaías Erich, a cerimônia se desenvolveu entre discursos, diplomação, entrega de medalhas, apresentações e abraços.

A posse não foi apenas uma solenidade, mas um gesto de afirmação coletiva: de que a literatura feita no Sertão tem lugar e tem nome. Que a palavra, quando partilhada, pode ser abrigo coletivo e farol para os que aqui chegam.

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