O julgamento de Bolsonaro – Por Lenilson Oliveira

Como era de se esperar, o Brasil parou na semana que se finda para assistir ao julgamento do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro.

Assim, o “mito”, para alguns e cada vez menos, foi para a cadeira dos réus, junto com outros comparsas, ser julgado pela primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF), tendo como protagonista o ministro Alexandre de Moraes, o relator do processo pelo qual são acusados  pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado por violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

O placar de 4 a 1 no STF (com o voto divergente, incoerente, espalhafatoso e sem fim do ministro Luiz Fux) tornou-se o assunto, como não poderia deixar de ser e, certamente, ainda vai render muitas reportagens, editoriais, memes, atritos, conflitos e divergências entre lulistas e bolsonaristas, com as paixões e emoções voltadas todas para as eleições presidenciais de 2026, que já estão logo ali.

Mas a condenação do “capitão” não mexe só com o futuro do país.

Tem um pé no passado, nas suas defesas da Ditadura Militar (uma das páginas mais infames da história brasileira), de ser a favor de tortura, sua misoginia (para ficar só nesse preconceito e que, por ironia, o voto para confirmar a sua condenação veio de uma mulher, a sempre segura Cármem Lúcia), a irresponsabilidade com a qual seu “governo” tratou a pandemia da Covid-19, resultando em mais de 700 mil mortes (e isso as famílias não esquecem).

27 anos e três meses de prisão.

Esse foi o veredito a que chegaram os ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cármem Lúcia e Cristiano Zanin, lavando a alma de muitos brasileiros e entristecendo outros tantos “patriotas”, hoje idólatras de Luiz Fux e Donald Trump.

O que se fala agora é que, seguindo os trâmites legais, Bolsonaro poderá finalmente sair de casa até dezembro – onde já cumpre prisão domiciliar e usa tornozeira eletrônica.

O seu destino ainda é desconhecido, podendo se cumprir a sua própria previsão de que “a Papuda lhe espera”.

Taokei?

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