O Big Brother do Jair – Por Lenilson Oliveira
Nenhum assunto foi mais discutido e debatido nas esquinas das redes sociais durante a semana do que a prisão do “mito” Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, líder, inspiração e modelo para os sectários de valores pouco ou nada humanistas defendidos pela direita, extremista ou moderada, do país.
Condenado a 27 anos e três meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no processo relatado pelo ministro Alexandre de Moraes sobre a tentativa de golpe de Estado, urdido após a derrota para Luís Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022, Bolsonaro, finalmente, começou a cumprir a pena, mesmo nas confortáveis instalações da sala de Estado-Maior da Superintendência da Polícia Federal em Brasília, conforme determinado por Moraes.
Nada de Papuda, como esperavam muitos.
Recolhido antecipadamente após o episódio da violação da tornozeleira eletrônica e consequente tentativa de fuga de sua casa para alguma embaixada, possivelmente estadunidense ou argentina, onde os braços da lei brasileira não o alcançariam, Bolsonaro poderá ficar em regime fechado por, pelo menos, seis ou sete anos, conforme entendimentos de juristas, a depender do cálculo aplicado.
Do lado de fora, bolsonaristas do alto clero se engalfinham para saber quem herdará o principal espólio político do ex-presidente, que seria galgar o posto de candidato(a) à Presidência na República em 2026, representado os pensamentos e posicionamentos defendidos pela direita, contrapondo-se à reeleição de Lula.
O “racha” já começa no seio da própria família Bolsonaro, com a ex-primeira-dama Michelle e o senador Fávio, o filho 01, querendo assumir, não só a candidatura ao Palácio do Planalto, mas a liderança da direita no país, hoje órfã.
Correndo por fora, temos o governador paulista Tarcísio de Freitas, que já mexe as pedras no tabuleiro político, esperando poder dar o xeque-mate, com o apoio das lideranças direitistas, como governadores do mesmo campo ideológico.
O fato é que o início do cumprimento da pena por Jair Bolsonaro, após o final do processo judicial no STF, com o chamado transitado em jugado, foi transformado em um verdadeiro Big Brother, com todas as câmeras voltadas para a sede da Polícia Federal, com jornalistas nacionais internacionais registrando o seu dia a dia, como quem o visitou e o que levou, o que está comendo, se está soluçando, etc.
Audiência garantida para o Big Brother do Jair, enfim.