Filhos de Bolsonaro se calam após Temer, Aécio e Paulinho anunciarem enterro da anistia

Passadas 12 horas desde que Paulinho da Força (Solidariedade-SP), Michel Temer (MDB) e Aécio Neves (PSDB) anunciaram em vídeo nas redes sociais o enterro do PL da Anistia, Flávio, Eduardo e Carlos, filhos de Jair Bolsonaro (PL) seguem calados nas redes sociais, colocando a horda de apoiadores em pânico.

Alçado por Hugo Motta (Republicanos-PB) a relator do PL da Anistia, que foi teve o regime de urgência aprovado na Câmara na noite da quarta-feira (17) por pressão da bancada bolsonarista, Paulinho se reuniu com os dois caciques na casa de Temer, em São Paulo, para anunciar em vídeo que o projeto que serviria para impedir a prisão de Bolsonaro na Papuda será transformado no “PL da Dosimetria”.

“Evidentemente, já conversamos um pouco aqui, de como um acordo com o Supremo Tribunal Federal, com o Executivo, numa espécie de pacto republicano, digamos assim, especialmente com essa denominação de PL da dosimetria, portanto, de uma nova dosagem das penas, acho que pode produzir um resultado muito positivo”, anunciou Temer, sobre o acordo que pretende reduzir as penas dos golpistas presos no 8 de Janeiro, mas que não deve livrar Bolsonaro da cadeia.

Desde então, os filhos de Bolsonaro se calaram sobre o tema. Flávio Bolsonaro (PL-RJ) fez duas publicações no X na manhã desta sexta-feira (19), ambas para atacar o governo Lula. Eduardo (PL-SP) e Carlos (PL-RJ) sequer foram às redes.

Em sua última publicação na rede X, às 20h19 desta quinta, Carlos comenta uma entrevista de Paulinho à GloboNews, em que o relator ataca Eduardo, dizendo “que já fez algumas besteiras quando fez o tarifaço contra o Brasil, ponha a mão na consciência”.

No entanto, Carlos se dedica a atacar a Globo que, segundo ele, insiste em “atribuir a Bolsonaro” o tarifaço de Trump.

“Por que essa insistência em atribuir a um Bolsonaro o tal tarifa o se qualquer um sabe que não têm a ver com isso? Lula e seus criadores são os únicos responsáveis pelo tratamento que o Brasil tem recebido dos EUA, basta ter dois neurônios ou não ter má fé e assistir como estes tratam e sempre trataram seu maior parceiro comercial, muito antes de qualquer iniciativa! Óbvio que tudo do sistema tem método! CMVCA!”, escreve, sem mencionar os ataques ao irmão.

O silêncio do clã Bolsonaro sobre o PL da Dosimetria causou pânico entre os aliados. Enquanto a maioria aguarda a orientação dos filhos e do próprio Jair Bolsonaro (PL), alguns poucos se pronunciaram nas redes.

Líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) chegou a ensaiar uma crítica às 18h13 desta quinta-feira, lançando um “desafio” sem mencionar Paulinho: “Lanço um desafio: que qualquer legislador ou jurista me aponte onde, na Constituição Federal, está escrito que o Legislativo pode “reduzir penas” já aplicadas a condenados?”.

No entanto, depois do anúncio do “pacto republicano” pelo trio, o braço política de Malafaia se calou sobre o tema.

Irmão de Carla Zambelli, que está presa na Itália, o deputado estadual Bruno Zambelli (PL-SP) foi o primeiro a se pronunciar, minutos após a divulgação do vídeo, e decretou o fim da anistia a Bolsonaro.

“Acabou! Já mudaram até o nome, agora chamam de PL da dosimetria. Ou seja, querem apenas reduzir as penas, mas manter a perseguição de pé. Não é isso que o Brasil pediu, não é isso que o povo foi às ruas cobrar”, escreveu.

Pela manhã, em nova publicação, o deputado estadual paulista afirmou que “pra quem tinha dúvida… Moraes, Gilmar Mendes e Hugo Motta também participaram da reunião com Temer, Paulinho da Força e Aécio”, compartilhando notícia da TV Globo.

Outro aliado próximo do clã que se pronunciou foi o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), compartilhando o mesmo vídeo do Jornal da Globo com o comentário da jornalista Julia Duailibi.

“Isso é tão nojento, que chega a embrulhar o estômago. O relator do PL da anistia fez reunião com Moraes e Gilmar Mendes para pedir benção e saber o que pode fazer no projeto. Esqueçam. Não votaremos essa patifaria. Temos que focar na CPMI da vaza toga e buscar a anulação do processo”, afirmou, sem orientação de seus mentores.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *