Brasil e Índia precisam ser ‘consertados’, diz Secretário de Comércio dos EUA
O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, afirmou em entrevista ao canal NewsNation que o governo Trump pretende “consertar” países como Brasil, Índia e Suíça para forçá-los a abrir seus mercados e aceitar novos acordos bilaterais.
“Temos um monte de países para consertar… como Suíça, Brasil – ali há um ‘problema’ -, Índia. Esses países precisam reagir corretamente aos EUA. Abrir seus mercados, parar de tomar ações que prejudiquem a América. É por isso que estamos em desacordo com eles”, declarou Lutnick. Segundo ele, quem quiser vender para o consumidor norte-americano “tem que jogar o jogo do presidente dos Estados Unidos”.
A declaração ocorre em meio a tarifas punitivas já aplicadas por Washington. O Brasil e a Índia enfrentam taxas que chegam a 40% a 50% sobre exportações para os EUA, enquanto Nova Délhi também é alvo de sobretaxa de 25% sobre a compra de petróleo russo. Lutnick defendeu que os países que aceitarem negociar primeiro terão as “melhores condições”, citando o exemplo do Reino Unido, que firmou um acordo antes de outras nações.
O secretário ainda sugeriu, em entrevistas anteriores, que a Índia deveria deixar o BRICS caso queira relações comerciais mais vantajosas com os EUA — comentário que provocou reações indignadas em redes sociais e críticas de influenciadores americanos, que consideraram a postura ofensiva e “imperialista”.
Apesar da retórica agressiva, Brasil e Índia têm reagido com cautela, afirmando que suas políticas de comércio exterior são guiadas pelo interesse nacional. Autoridades indianas reforçaram que continuarão a buscar fornecedores de energia que ofereçam condições competitivas, rejeitando qualquer tentativa de coerção.
No caso brasileiro, as declarações surgem em um momento de expectativa por uma possível reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, após o encontro informal dos dois na Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, que acendeu esperanças de avanço em negociações bilaterais. O Brasil é o maior exportador de café para os EUA e aguarda a eventual remoção de tarifas impostas pelo governo Trump.
Brasil 247