O quatro a zero contra Bolsonaro – Por Lenilson Oliveira

Após a votação da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), aprovando por 4 a 0 o relatório do ministro Alexandre de Moraes rejeitando o último recurso do ex-presidente Jair Bolsonaro contra sua condenação a 27 anos e três meses de cadeia por crimes contra a democracia, as expectativas do país se voltam agora para as decisões a serem adotadas depois do dia 14 de novembro.

Na sexta-feira (7), no plenário virtual do STF, os demais ministros da Primeira Turma – Cristiano Zanin, Flávio Dino e Cármen Lúcia – acompanharam o entendimento de Moraes, praticamente pondo fim às esperanças de Bolsonaro e dos demais condenados de reverterem a decisão pelas suas condenações e iminentes prisões.

Com isto, como já dissemos em outros momentos, o Brasil segue dividido entre os que comemoram e os que discordam das decisões da Suprema Corte, num quadro que remete diretamente para as eleições presidenciais do próximo ano, que deverá ter Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrentando a candidatura da direita/extrema direita na corrida pelo Palácio do Planalto.

Essa polarização esquerda/direita, acirrada no país desde as eleições de 2018, tem colocado os eleitores em verdadeiro “pé de guerra” constante, seja nas esquinas, nas redes sociais, com acusações e defesas, mais ideológicas do que fundamentadas, por parte de ambos os lados.

Enquanto o presidente Lula já acena concretamente com sua pré-campanha em busca do quarto mandato, a ala direitista parece mais dividida a cada dia, com cisões internas, fogo amigo, como de Eduardo Bolsonaro contra Tarcísio de Freitas, o governador paulista que tenta um lugar ao sol nas hostes bolsonaristas.

As diferenças de ideologias e conceitos (ou preconceitos) esquerdistas e direitistas se evidenciaram bastante nos últimos dias, tomando por base os acontecimentos recentes no Rio de Janeiro, quando o governador Cláudio Castro ordenou a execução da Operação Contenção, visando o combate ao Comando Vermelho (CV) nos Complexos do Alemão e da Penha e que resultou na morte de 121 pessoas, incluindo quatro policiais.

A partir daí, as opiniões pró e contra Castro, que ganhou o apoio dos governadores alinhados à direita, se proliferaram na imprensa, nos canais de You Tube, nas páginas pessoais e de entidades Brasil afora.

Com certeza, as imagens dos mortos enfileirados em praça pública irão ressoar nos palanques em 2026, seja na corrida presidencial, seja pelo Governo do Rio de Janeiro.

Como diz o velho jargão, que venham as cenas dos próximos capítulos e que comecem as apostas.

A bola já está no centro do campo.

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