Do PT ao PL, partidos que apoiam Hugo Motta somam 302 deputados; paraibano intensifica reuniões em busca de mais apoios
Após uma série de reuniões com todos os postulantes à presidência da Câmara dos Deputados, o PT aderiu nesta quarta-feira (30) ao bloco de apoio à candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB), indicado por Arthur Lira (PP-AL) para ser seu sucessor. Com isso, o deputado conseguiu consolidar uma base de até 302 votos, garantindo uma margem confortável para superar os 257 necessários para vencer em primeiro turno.
Motta foi o último a se reunir com o PT. Na véspera, a bancada recebeu seus dois concorrentes: o líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), e do PSD, Antonio Brito (BA). As reuniões sucederam uma série de conversas preliminares ao longo da atual legislatura. “Se construiu um processo de alguns meses de diálogo aberto, franco, sincero, sobre o funcionamento da casa, sobre os espaços de representação, sobre o papel da bancada do PT”, relembrou o líder do partido, deputado Odair Cunha (PT-MG).
O líder do PT ressaltou que a decisão por Motta foi fruto do entendimento de que seu nome é o melhor capacitado para garantir a estabilidade nos trabalhos da Câmara. “Nós compreendemos que o bloco que vai apresentar a candidatura do nosso deputado Hugo Motta é o bloco que nós vamos construir, por entender que se trata de um bloco de funcionamento institucional da Casa e por entender que o deputado está preparado para continuar um trabalho de representação, um trabalho que dialogue com as preocupações do povo brasileiro em torno de temas que nós julgamos importantes”, declarou.
Interlocutores dentro do partido afirmam que, ideologicamente, o candidato que melhor corresponde aos interesses da bancada seria Antonio Brito, que era o preferido na Casa até o lançamento de Hugo Motta, em setembro. O líder do PSD, porém, não conta com uma base forte o bastante para consolidar a vitória na Casa, levando o PT a preferir um nome forte e assim garantir seu espaço na composição.
O nome de Motta, porém, não foi de difícil aceitação: nas primeiras semanas de setembro, ele se reuniu com o presidente Lula, conseguindo firmar uma relação amistosa com o chefe do Executivo. A decisão do PT, porém, se aplica apenas aos seus 68 deputados. De acordo com Odair Cunha, os dois outros partidos de sua federação, PV e PCdoB, com a soma de 12 deputados, ainda apresentarão suas posições.
Diante do apoio petista, Motta se pronunciou, avaliando a sabatina da bancada como “um diálogo maduro” e assumindo o compromisso pela construção “de uma pauta colaborativa” e “um ambiente de paz administrativa e institucional para que possamos avançar na solução dos graves e grandes problemas que a população brasileira tem”.
Hugo Motta encerrou o segundo dia de articulação oficial em sua campanha com o apoio de seis partidos: o Republicanos, com 44 deputados, PP com 50, Podemos com 14, MDB com 44, PL com 92 e o PT, com 68. Seu concorrente mais forte é Elmar Nascimento, que conta com os 59 de sua bancada e alega possuir apoio do PDT, Solidariedade, Avante e Federação PSDB-Cidadania, que somam mais 47 votos em seu nome. Em terceiro lugar, Antonio Brito conta com uma base de até 45 votos. A escolha individual dos deputados, porém, é secreta, abrindo margem para traições de todos os lados.
Com informações do Congresso em Foco