Na política, longe é um lugar que não existe – Por Linaldo Guedes

2026 é logo ali. Sim, eu sei que mal saímos de um pleito municipal e muitos dos eleitos ainda nem tomaram posse. Mas é que brasileiro gosta mesmo do moído político, tanto assim que os programas de rádio fazem a festa apenas especulando o que vai acontecer na próxima eleição. Aliás, se existe uma coisa em que o brasileiro é mestre, é na futurologia política.

Vamos, então, especular também.

No caso da disputa para o Palácio do Planalto, o quadro é nebuloso. A preço de hoje, temos duas grandes forças políticas, polarizadas por Lula e Bolsonaro, e outra querendo se impor, no caso o Centro mais à direita. Lula vai ser candidato a reeleição? Eis uma pergunta difícil de responder. Sua saúde debilitada às vésperas dos 80 anos pede cautela nas perspectivas para 2026. Mesmo assim, o PT não trabalha com força um nome para substituí-lo. O preferido de Lula, caso não seja candidato, é Haddad, mas este não une o petismo em todos os seus coletivos.

Do lado de Bolsonaro, este é que dificilmente poderá ser candidato. No momento está inelegível, com a possibilidade até de ser preso em função das investigações por tentativa de Golpe de Estado. Ainda assim, o ex-presidente insiste na narrativa de que será candidato. É uma forma, claro, de manter sua militância unida a dois anos do pleito presidencial. O problema é que pode ficar tarde demais para a escolha de um outro candidato que mobilize seus fieis seguidores. Em relação ao Centro, este tem muitos candidatos e ao mesmo tempo não tem nenhum. Ou seja: a dois anos do pleito, não temos certeza de quem será candidato à presidência da República pela esquerda, extrema-direita ou Centro.

No caso da sucessão para o governo da Paraíba, o quadro é mais confuso ainda. Lucas Ribeiro, atual vice-governador, é a bola da vez em tese, porque se assumir o governo na reta final da atual gestão passa a ser o candidato natural à sucessão. O problema é que João Azevêdo ainda não bateu o martelo, em virtude de opções outras, como Deusdete Queiroga ou Adriano Galdino. Não seria loucura afirmar que nenhum dos três nomes despertam grande empatia na população. Por isso, Cìcero Lucena, que corre por fora, pode acabar sendo o candidato. Do lado da oposição, há muitos potenciais candidatos, como Pedro Cunha Lima, Efraim Morais e Romero Rodrigues. Mas quem seria o nome? Cá como lá, não há definição.

Se o quadro para candidatos majoritários é confuso, para os cargos proporcionais é muito mais. Afinal, a partir da definição da chapa majoritária é que muitos nomes decidem se são ou não candidatos à Assembleia Legislativa ou à Câmara dos Deputados.

Sim, longe é um lugar que não existe, como diria Richard Bach. E daqui a pouco chega 2026 com as candidaturas sendo decididas na undécima hora. Aguardemos!

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