Condenados pelos ataques de 8 de janeiro enfrentam frustração na busca por refúgio na Argentina

Os condenados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, que fugiram para a Argentina em busca de refúgio entre abril e agosto deste ano, enfrentam um cenário de frustração no país comandado por Javier Milei. Segundo informações da Folha de S.Paulo, muitos deles esperavam que o presidente ultraliberal lhes oferecesse asilo político ou agilizasse a análise de seus pedidos de refúgio, mas, até agora, não há sinal de que isso ocorrerá.

Mais de 50 brasileiros condenados seguem na lista de procurados pela polícia argentina, enquanto outros cinco estão presos há um mês. Em novembro, um juiz federal argentino emitiu mandados de prisão contra foragidos cujas extradições foram solicitadas pelo Brasil. Desde então, a polícia tem realizado buscas nos endereços informados por eles durante o processo de solicitação de refúgio. Em muitos casos, os foragidos não foram localizados nos locais indicados.

Para os golpistas que apostaram na Argentina como uma rota segura, a realidade tem sido dura. “Sem o afago do líder de ascensão meteórica na ultradireita, a quem agora pedem solidariedade em vídeos nas redes sociais, os foragidos se aproximam do fim do ano com um balde de água fria”, destaca a reportagem.

Os pedidos de refúgio, regidos pelo direito internacional, poderiam oferecer proteção contra extradição caso fossem aprovados. No entanto, as análises desses casos são sigilosas e tendem a demorar. O Conare, órgão argentino responsável pelo tema, é considerado suscetível à influência política, e a decisão final cabe a autoridades de ministérios como os de Segurança e Relações Exteriores.

Embora Javier Milei tenha uma relação hostil com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), diplomatas brasileiros acreditam que o líder argentino não se envolverá na questão. “Até aqui, o governo disse que seguirá o que manda a Justiça”, afirma a reportagem.

Enquanto isso, a Argentina deixa de ser um porto seguro para os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro, que agora enfrentam a crescente pressão das autoridades e o isolamento social em um país que, para eles, já não representa refúgio.

Fonte: Brasil 247

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